terça-feira, 19 de julho de 2011

Toque os sinos que Sarney vai sair


Nada a comemorar, pelo contrário, lamenta-se a demora. De qualquer sorte, José Sarney, o tetra-presidente do Senado, presidente da República pelo determinismo da tragédia que se abateu sobre Tancredo Neves, presidente do partido que sustentava a ditadura, governador do Maranhão duas vezes, oligarca do seu atrasadíssimo estado comandado por sua família, anunciou:deixa a política em 2014. Imaginei que nunca o fizesse e continuasse como parâmetro desta atividade no país, até ser empalhado. Sarney, raposa velha de guerra, esteve em todas nesses últimos 60 anos. Dos generais a Lula, que o transportou no aerolula quando deixou a Presidência, ele fez o que quis no Brasil. Do Maranhão fez peteca. Pintou, bordou, deitou, dormiu e comeu com a República. Agora, tardiamente, anuncia que vai se recolher em 2014. Sem choro, nem velas, mas, se possível, com a banda de Ipanema desfilando, os atabaques da Bahia batendo nos terreiros, Carlinhos Brown ficando nu sobre o seu trio, e Brasília engalanada em dia de tempestade. A raposa sai com pompas e ainda será obsequiado pelo séquito republicano, com o senador Renan Calheiros à frente e um bando de lobistas atrás.
(Samuel Celestino)

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